terça-feira, 1 de outubro de 2013

RIO GUAPORÉ, BELEZA E BERÇO DA HISTÓRIA DE RONDÔNIA!



  Nos contrafortes da Serra dos Parecís (MT), nasce esse gigante formoso que no oeste do Brasil faz divisa com a Bolívia, com uma extensão de 1.716 km, até sua desembocadura no Rio Mamoré. Fica em 74º lugar entre os ranking dos maiores rios do mundo. O trecho navegável é de aproximadamente 1.400 km, desde Vila Bela de Santíssima Trindade, a primeira capital do Mato Grosso, à sua foz.
Recheado de singular riqueza e beleza em biodiversidade e em exuberância natural constitui-se numa zona de transição entre o Pantanal mato-grossense e a Amazônia. Nas águas do Guaporé singram com regularidade embarcações brasileiras e bolivianas perpetuadas por uma harmonia que remonta desde o século XIX quando o látex ganha notoriedade no mundo e o Vale do Guaporé se destaca como um riquíssimo celeiro com seus inúmeros seringais.
Bem no inicio do século XX, o Brasil usufruía de duas importantes divisas econômicas: o café no centro-sul, em especial em São Paulo, e a borracha na Amazônia. Nestas paragens guaporeanas a preocupação do governo brasileiro e boliviano, era a exploração e exportação do látex. Rondônia, com suas rodovias, não existia sequer em projetos quando tais governos fizeram acordo de criar uma passagem a partir do Rio Guaporé, seguindo pelo Rio Mamoré, continuando pelo Rio Madeira, deste pelo Rio Amazonas até o Oceano Atlântico para distribuir a borracha proveniente das matas bolivianas e brasileiras.
Foi a partir dessa necessidade que através do Tratado de Petrópolis houve o acordo de em troca da posse do território boliviano, hoje Estado do Acre, o Brasil construir a Estrada de Ferro Madeira Mamoré para desviar do trecho encachoeirado do Madeira que impossibilitava o traslado por via marítima naquele perímetro. Porto Velho Nasceu das instalações da “Madeira-Mamoré Railway” e Guajará-Mirim nasceu da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré em 1912, data de fundação daquela pioneira cidade rondoniense.
Na verdade, tudo começa no rincão rondoniense com a instrumentalidade deste gigante. Afirmar que o Rio Guaporé é o berço da história do Estado de Rondônia não é presunção, é fazer justiça a um fato não lembrado.

Como que indiferente ao tempo, o Rio Guaporé permaneceu belo com suas águas escuras, puras, cristalinas, rico em biodiversidade e com inegável exuberância natural. No período da cheia, que também é período das chuvas, o rio inunda territórios e baias e fica embelezado pela vegetação aquática que juntas formam “ilhas” em quantidade consideráveis. As águas avançam às margens e se acostam aos paredões de terras dando a impressão ao longe que a floresta emerge das águas.
No período da seca surgem as praias com suas dunas encantadoras propícias para acampamentos onde todos os anos a comunidade local e de outros lugares acorrem instalando suas barracas. Nesta época dá-se o festival de praia na Resex do Curralinho, uma das maiores atrações turísticas do Guaporé. A praia fica tomada por barracas de abrigos e barracas comerciais onde se oferecem refeições com pratos típicos do local e exposições de veículos motorizados terrestres e marítimos, bem como exposições de artesanatos da região. Dá-se, também, o campeonato de pesca e entre as belas garotas acontece o desfile para a escolha da garota praia, recheando, assim, o organograma das atividades do festival.
Na biodiversidade, o Rio Guaporé é rico em espécies de peixes como o tucunaré, pintado, surubim, tambaqui, jaraqui, pirarara filhote, entre outras.  Suas matas ciliares oferecem condições propicias para procriação da fauna com suas variadas espécies de mamíferos, anfíbios, répteis e aves.
O Rio Guaporé é imensamente convidativo para a pesca esportiva e para inesquecíveis passeios de barcos com suas imagens fascinantes da fauna e da flora regional.
Este gigante é, sem dúvidas, uma das grandes belezas reunida a tantas outras pela instrumentalidade do arquiteto do universo!!!
Prof. Carlos Alberto.

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