sexta-feira, 19 de julho de 2013

O BEM E O MAL – DOIS LOBOS NA BATALHA EXISTENCIAL

O BEM E O MAL – DOIS LOBOS NA BATALHA EXISTENCIAL

           O cantor Roberto Carlos na sua canção intitulada “No ano passado” usa uma frase que classifica o ser humano como a pior espécie do planeta. Diz o “Rei” num dos trechos da canção: “Eu queria ser civilizado como os animais...”.
Na verdade se o ser humano se despir da ilusão de importância, da ilusão de que é alguma coisa, vai enxergar a sua insignificância e sentir o fétido odor de sua propensão natural. A propensão para o mal é uma disposição interior inerente que inclina o ser humano para atos errados. Isto está patente na educação de uma criança quando os pais lhe ensinam cem vezes como algo deve ser feito corretamente e ela faz cem vezes errado; ao contrário disso, o errado não é preciso lhe ensinar, basta ver ou ouvir para aguçar o que na sua tenra natureza ainda estava adormecido.
Kant afirmava que “o valor moral se baseia no dever, não no prazer”, o que significa dizer que praticar boas ações é mais fruto de um esforço do que da espontaneidade da natureza humana. É da propensão natural do homem a ganância, a inveja e a avareza desenfreada que passa por cima dos valores éticos para conseguir o objeto do desejo; a maledicência que causa a discórdia e prejudica a harmonia; a violência nas suas variadas formas estereotipada pelo espancamento, pela guerra, pelo homicídio, pelo estupro, pela pedofilia, pelo bullying, etc., que destrói pessoas, grupos e sociedades inteiras; a mentira que é instrumento de difamação; a corrupção que é a forma mais vil de sacrificar a camada mais pobre da sociedade cerceando-lhe os direitos sociais da infraestrutura, saúde, educação, previdência; enfim é da natureza humana a covardia, a infidelidade, a luxúria, a ira, etc.etc.etc.
Os homens da Bíblia tidos como os heróis da fé, porém normais como nós, não resistiram e sentiram o fétido odor de suas naturezas humanas. Abraão é tido na Bíblia como o pai da fé, mentiu para proteger sua família. Moisés, o libertador do povo hebreu, cometeu um assassinato para defender um dos seus compatriotas, por isso teve que fugir; imagina um homem de Deus foragido da justiça! Davi o maior Rei de Israel, o que restaurou a adoração a Deus, foi adúltero e arquitetou a morte de Urias pra ficar com a sua mulher. A verdade é que, a julgar pela natureza humana, somos todos uns ordinários (que dentre vários sentidos desta palavra, se refere aqui o estado habitual, comum do ser humano). E aí?
E aí que nem tudo está perdido. Na perspectiva bíblica o homem nasce com uma propensão para o mal. Não é como afirmava Rousseau que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe; nem como querem outros que o homem nasce mau, e a sociedade o civiliza. O homem nasce com a propensão para o mal, mas aprende a praticar o bem e aprende a praticar o mal, daí a importância do educador, e os primeiros e mais eficientes educadores são os pais, também através das palavras, mas principalmente pelas ações. Li certa feita o seguinte: "Um nobre xamã, explicava para os índios de sua tribo, que o homem tem dois lobos dentro de si. Um lobo mal e um lobo bom, e que ambos travavam uma batalha existencial. Um dos índios perguntou: Qual deles ganha, xamã? Aquele que mais você alimentar, respondeu o xamã."
Essa ilustração retrata a filosofia bíblica exarado em Romanos 7: 15-23. O homem tem um extraordinário mestre amigo de todas as horas, que se solicitado a alimentar o “lobo” bom, ele pode fazer brotar o bem no fundo do coração humano e mudar o histórico de vida direcionando a escolher o que é correto. Esse amigo extraordinário se coloca à nossa disposição em Jeremias 33:3 “Clama-me e ensinar-te-ei coisas grandes e firmes que tu não sabes.” Não se iluda ninguém é bom sozinho, e em termos de valores morais, só o mestre por excelência tem os meios de transmitir boas energias – o alimento do “lobo” bom. Este “lobo” bem alimentado faz o homem produzir bons frutos tais como: “gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança e outros atos para os quais não há lei (Gálatas 5:22,23).”

Assim sendo, esse “amigo de fé, irmão camarada; amigo mais certo das horas incertas”, que não é o Erasmo Carlos, se solicitado a alimentar a natureza humana muda o coração, o olhar, as atitudes; muda a vida e a história de todos os seres humanos. Constitua-o seu amigo.




* Carlos Alberto Silva de Souza
Pedagogo, Especialista em Gestão, Supervisão e Orientação, acadêmico do curso Ciências da Religião.

** Elizabeth Rivarola de Menezes Fontinele
Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, acadêmica do curso de Ciências da Religião.

*** Mª Suely Rocha Tavares dos Santos Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional,
acadêmica do curso de Ciências da Religião.



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