O BEM E O MAL – DOIS LOBOS NA BATALHA EXISTENCIAL

Na
verdade se o ser humano se despir da ilusão de importância, da ilusão de que é
alguma coisa, vai enxergar a sua insignificância e sentir o fétido odor de sua
propensão natural. A propensão para o mal é uma disposição interior inerente
que inclina o ser humano para atos errados. Isto está patente na educação de
uma criança quando os pais lhe ensinam cem vezes como algo deve ser feito
corretamente e ela faz cem vezes errado; ao contrário disso, o errado não é
preciso lhe ensinar, basta ver ou ouvir para aguçar o que na sua tenra natureza
ainda estava adormecido.
Kant
afirmava que “o valor moral se baseia no dever, não no prazer”, o que significa
dizer que praticar boas ações é mais fruto de um esforço do que da
espontaneidade da natureza humana. É da propensão natural do homem a ganância,
a inveja e a avareza desenfreada que passa por cima dos valores éticos para
conseguir o objeto do desejo; a maledicência que causa a discórdia e prejudica
a harmonia; a violência nas suas variadas formas estereotipada pelo
espancamento, pela guerra, pelo homicídio, pelo estupro, pela pedofilia, pelo
bullying, etc., que destrói pessoas, grupos e sociedades inteiras; a mentira
que é instrumento de difamação; a corrupção que é a forma mais vil de
sacrificar a camada mais pobre da sociedade cerceando-lhe os direitos sociais da
infraestrutura, saúde, educação, previdência; enfim é da natureza humana a
covardia, a infidelidade, a luxúria, a ira, etc.etc.etc.
Os
homens da Bíblia tidos como os heróis da fé, porém normais como nós, não
resistiram e sentiram o fétido odor de suas naturezas humanas. Abraão é tido na
Bíblia como o pai da fé, mentiu para proteger sua família. Moisés, o libertador
do povo hebreu, cometeu um assassinato para defender um dos seus compatriotas,
por isso teve que fugir; imagina um homem de Deus foragido da justiça! Davi o
maior Rei de Israel, o que restaurou a adoração a Deus, foi adúltero e
arquitetou a morte de Urias pra ficar com a sua mulher. A verdade é que, a
julgar pela natureza humana, somos todos uns ordinários (que dentre vários
sentidos desta palavra, se refere aqui o estado habitual, comum do ser humano).
E aí?
E
aí que nem tudo está perdido. Na perspectiva bíblica o homem nasce com uma
propensão para o mal. Não é como afirmava Rousseau que o homem nasce bom e a
sociedade o corrompe; nem como querem outros que o homem nasce mau, e a sociedade
o civiliza. O homem nasce com a propensão para o mal, mas aprende a praticar o
bem e aprende a praticar o mal, daí a importância do educador, e os primeiros e
mais eficientes educadores são os pais, também através das palavras, mas
principalmente pelas ações. Li certa feita o seguinte: "Um
nobre xamã, explicava para os índios de sua tribo, que o homem tem dois lobos
dentro de si. Um lobo mal e um lobo bom, e que ambos travavam uma batalha
existencial. Um dos índios perguntou: Qual deles ganha, xamã? Aquele que mais
você alimentar, respondeu o xamã."
Essa ilustração
retrata a filosofia bíblica exarado em Romanos 7: 15-23. O homem tem um
extraordinário mestre amigo de todas as horas, que se solicitado a alimentar o
“lobo” bom, ele pode fazer brotar o bem no fundo do coração humano e mudar o
histórico de vida direcionando a escolher o que é correto. Esse amigo
extraordinário se coloca à nossa disposição em Jeremias 33:3 “Clama-me e
ensinar-te-ei coisas grandes e firmes que tu não sabes.” Não se iluda ninguém é
bom sozinho, e em termos de valores morais, só o mestre por excelência tem os
meios de transmitir boas energias – o alimento do “lobo” bom. Este “lobo” bem
alimentado faz o homem produzir bons frutos tais como: “gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança e outros atos
para os quais não há lei (Gálatas 5:22,23).”
* Carlos Alberto Silva de Souza
Pedagogo, Especialista
em Gestão, Supervisão e Orientação, acadêmico do curso Ciências da Religião.
** Elizabeth Rivarola de Menezes Fontinele
Pedagoga, Especialista
em Psicopedagogia Clínica e Institucional, acadêmica do curso de Ciências da
Religião.
*** Mª
Suely Rocha Tavares dos Santos Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia
Clínica e Institucional,
acadêmica do curso de
Ciências da Religião.
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